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CÂNCER DE OVÁRIO

INCIDÊNCIA Estima-se que uma em cada 65 mulheres irá desenvolver câncer de ovário até a idade de 85. É responsável por 4% de todos os cânceres entre as mulheres.

MORTALIDADE Observaram-se 536 óbitos no Estado de São Paulo em 1996 (3,9% dos óbitos por câncer em mulheres).

FATORES DE RISCO Aumenta com a idade. Mulheres que nunca tiveram filhos tem risco duas vezes maior. Câncer de mama anterior dobra o risco de desenvolver câncer de ovário. Há indicação de predisposição genética.

FATORES DE PROTETORES: idade precoce na primeira gravidez, menopausa tardia e o uso de anticoncepcionais orais (que reduzem a frequência de ovulação).

SINAIS DE ALERTA É quase sempre "silencioso". Em mulheres com mais de 40 anos, podem ocorrer sintomas estomacais persistentes, inexplicáveis.

DIAGNÓSTICO PRECOCE: Não há nenhum meio eficaz. É recomendável exame ginecológico regular após os 40 anos de idade.

TRATAMENTO: Cirurgia com remoção dos dois ovários, útero e trompas, seguida de quimioterapia nos casos já disseminados. Nos casos bem iniciais, em mulheres jovens, remoção apenas do ovário comprometido.

SOBREVIVÊNCIA: Nos casos de diagnóstico precoce, o índice de 5 anos chega a 90%, caindo para menos de 40% quando avançado.

ATENÇÃO! Após os 40 anos de idade faça, periodicamente, exame ginecológico completo.

O câncer de ovário é o mais difícil de ser diagnosticado, tornando-se assim o mais perigoso: quando descoberto é letal em 70% dos casos. Embora não seja o que mais mata em termos relativos - o câncer genital com maior taxa de mortalidade é o do colo do útero - esta neoplasia também faz muitas vítimas.

As mulheres que apresentam diagnóstico de câncer de mama ou intestino, ou têm parentes próximos com esses tipos de cânceres são propensas a desenvolver o câncer de ovário. As mulheres que nunca tiveram filhos também têm mais chances de desenvolver a doença. Nesse caso, a ovulação é incessante, e portanto a possibilidade de haver problemas no ovário é maior. Já a gravidez e a menopausa produzem o efeito contrário: reduzem o risco deste tipo de câncer. A amamentação também protege a mulher contra o câncer de ovário.

A presença de cistos no ovário, bastante comum entre as mulheres, não deve ser motivo para pânico. O perigo só existe quando eles são maiores que 10 cm e possuem áreas sólidas e líquidas. Nesse caso, quando detectado o cisto, a cirurgia é o tratamento indicado.

As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco e submeterem-se depois dos 40 anos de idade a exames pélvicos periódicos e completos (médico e ultra-sonográfico). O chamado exame preventivo não detecta o câncer de ovário, já que é específico para detectar o do colo do útero.

Se a doença for detectada no início - especialmente nas mulheres mais jovens - é possível remover somente o ovário. Normalmente a operação é feita com um corte longitudinal longo. Os tumores menores são mais fáceis de curar. Quando o câncer de ovário é diagnosticado no início, quando ainda estiver localizado, o índice de sobrevida é de 90%. Esta taxa, para todos os estágios da doença, cai para 42%, porque somente 23% de todos os casos são detectados na fase inicial.

Ministério da Saúde

 

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COLO DE ÚTERO

É um câncer de localização importante em todas as regiões do Brasil, sendo as taxas brasileiras as mais elevadas do mundo, havendo entretanto a caracterização de um quadro de transição epidemiologica. É possível observar diferenças regionais e correlacioná-las a qualidade diagnostica e condições sócio-econômicas. É o câncer que acomete mulheres em idade mais jovem, as taxas nas cidades chegam a ser duas vezes maiores que no campo. Existe uma forte associação entre transmissão sexual viral e o câncer de colo uterino. Os vírus mais comuns envolvidos neste processo são: vírus herpes simples tipo 2 (HSV-2), papilomavirus (HPV) e citomegalovirus.

Para o câncer do colo do útero foram registrados pelo RHC de 1990 a 1996 1.815 novos casos, sendo o tumor mais freqüente nas mulheres e o segundo tumor mais freqüente, representando 13% do total de casos.

O carcinoma de células escamosas foi a histologia mais freqüente (1623 casos _ 89,4%), e 7,2% (130 casos) eram de adenocarcinomas. Observa-se casos de câncer de colo de útero já em adolescentes na faixa etária de 15 a 19 anos (7 casos), com aumento gradativo no número de casos já a partir dos 25 anos, com pico de idade a partir da 3ª a 4ª décadas.

A relação entre o câncer do colo do útero e o do endométrio ainda é de 8,5:1 no HEG, evidenciando ainda a necessidade de melhoria das condições sócio econômicas das pacientes bem como da descentralização do atendimento permitindo maior acesso a métodos preventivos do câncer de colo.

Do total dos casos diagnosticados, 13,3% são neoplasia in situ, e a distribuição entre casos em estadio I e II (39,2%) e III e IV (37,6%) encontra-se praticamente equilibradas, podendo já haver um reflexo das campanhas realizadas para prevenção do câncer de colo por permitirem um diagnóstico mais precoce. Em apenas 8,5% dos casos de câncer de colo não foram possíveis informações sobre estadiamentos.

Radioterapia foi a forma de tratamento inicial para a maioria dos casos (66,6%) e a cirurgia foi o procedimento inicial em 24,5% dos casos, 0,7% dos casos foram tratados com quimioterapia e 7,7% receberam inicialmente formas combinadas de terapia.

Ao final da primeira fase de tratamento, 85,4% dos casos estavam vivos e 5,2% foram a óbito. A perda de seguimento inicial para os casos de câncer de colo de útero foi de 9,4%.

COMO SURGE O CÂNCER?

As células que constituem os animais são formadas por três partes: a membrana celular, que é a parte mais externa da célula; o citoplasma, que constitui o corpo da célula; e o núcleo, que contem os cromossomas que por sua vez são compostos de genes. Os genes são arquivos que guardam e fornecem instruções para a organização das estruturas, formas e atividades das células no no organismo. Toda a informação genética encontra-se inscrita nos genes, numa "memória química" - o ácido desoxirribonucleico (DNA). É através do DNA que os cromossomas passam as informações para o funcionamento da célula. Uma célula normal pode sofrer alterações no DNA dos genes. É o que chamamos mutação genética. As células cujo material genético foi alterado passam a receber instruções erradas para as suas atividades. As alterações podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princípio são inativos em células normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, responsáveis pela malignização (cancerização) das células normais. Essas células diferentes são denominadas cancerosas.

Se a doença for detectada no início - especialmente nas mulheres mais jovens - é possível remover somente o ovário. Normalmente a operação é feita com um corte longitudinal longo. Os tumores menores são mais fáceis de curar. Quando o câncer de ovário é diagnosticado no início, quando ainda estiver localizado, o índice de sobrevida é de 90%. Esta taxa, para todos os estágios da doença, cai para 42%, porque somente 23% de todos os casos são detectados na fase inicial.

Ministério da Saúde